O que é a técnica com espuma para varizes em 2025
Quem convive com varizes quer um tratamento que feche as veias doentes com segurança, pouco desconforto e rápida recuperação. Em 2025, a aplicação de espuma para varizes é uma das soluções mais versáteis nesse cenário. Conhecida tecnicamente como escleroterapia com espuma (foam sclerotherapy), ela usa um medicamento chamado polidocanol, preparado em forma de espuma com oxigênio ou gás carbônico, para ocupar o interior da veia e desativá-la por dentro. O resultado? A veia colaba, deixa de receber sangue e é reabsorvida gradualmente pelo organismo. Se você já ouviu falar em “espuma varizes” e quer entender se é para você, este guia traz tudo que importa: indicações, passo a passo, resultados, riscos e como comparar com outras opções modernas.
Para quem é indicada e quando considerar
A escleroterapia com espuma é indicada para:
– Varizes calibrosas e veias nutridoras (perfurantes) que alimentam microvarizes.
– Veia safena doente (em alguns casos, especialmente quando há contraindicações ao laser ou radiofrequência).
– Pacientes com recidiva após cirurgias anteriores.
– Pessoas com risco cirúrgico maior que preferem um procedimento de consultório.
– Telangiectasias e reticulares (vasinhos) quando há vasos maiores associados.
Casos em que pode não ser a primeira escolha:
– Safenas muito dilatadas com grande refluxo e tortuosidades extensas (laser/radiofrequência podem ser superiores).
– Pacientes com histórico de trombose recente, trombofilias não controladas ou gestação.
– Quem busca resultado ultrarrápido para fins estéticos imediatos (a resposta leva semanas).
O que mudou até 2025
– Uso mais amplo do ultrassom em tempo real, aumentando precisão e segurança.
– Preferência por gases fisiológicos (oxigênio/CO₂) na espuma, reduzindo microbolhas persistentes.
– Protocolos de dose mais padronizados por peso e extensão do segmento venoso.
– Melhor seleção de casos: a espuma é integrada a planos combinados (ex.: espuma + microflebectomias + laser de vasinhos).
Espuma varizes: como funciona dentro da veia
A “espuma varizes” atua transformando um líquido esclerosante em uma espuma densa que preenche o lúmen venoso doente. O polidocanol, além de ter leve efeito anestésico local, danifica o revestimento interno da veia (endotélio). A espuma desloca o sangue, aumenta o contato do fármaco com a parede da veia e dispara uma sequência esperada: trombose controlada do segmento tratado e, depois, fibrose cicatricial. Com o tempo, o corpo reabsorve esse cordão fibroso e as varizes retrocedem.
Do polidocanol à “desativação” definitiva
– Passo 1: Preparar a espuma. O polidocanol é misturado com oxigênio, gás carbônico ou uma combinação O₂/CO₂. Essa mistura cria bolhas estáveis e uniformes.
– Passo 2: Deslocar o sangue. Ao injetar, a espuma empurra o sangue para fora da veia, garantindo contato direto com a parede.
– Passo 3: Lesão endotelial controlada. O polidocanol irrita o endotélio e desencadeia a coagulação local.
– Passo 4: Fibrose. O segmento vira um fio fibroso, deixando de participar da circulação patológica.
– Passo 5: Reabsorção. Nas semanas seguintes, o corpo reabsorve e remodela a área.
Por que a espuma é mais eficaz que o líquido em vasos maiores? Porque permanece mais tempo em contato com a parede e “preenche” os espaços, algo que a solução líquida pura não consegue tão bem.
Técnica de Tessari e papel do ultrassom
– Técnica de Tessari: é o método clássico de preparar a espuma usando duas seringas conectadas por uma torneira de três vias, passando a mistura de um lado para o outro até formar uma espuma homogênea. A proporção típica é 1 parte de polidocanol para 3 a 4 partes de gás.
– Ultrassom em tempo real: guia a agulha com precisão até a veia-alvo, confirma a distribuição da espuma e evita injeções fora do vaso. Em 2025, a ultrassonografia é considerada padrão em veias safenas, perfurantes e varizes calibrosas.
Passo a passo do procedimento no consultório
A aplicação da espuma é ambulatorial, rápida e com mínimo preparo. Entenda o que esperar em cada etapa.
Antes do dia do tratamento
– Avaliação clínica e ultrassonográfica: o mapeamento mapeia veias doentes, pontos de refluxo e a rota da espuma.
– Revisão de histórico: alergias, uso de anticoagulantes, enxaqueca com aura, trombofilias, cirurgias prévias.
– Orientações: evitar cremes no dia, hidratação leve, levar meia de compressão (geralmente 20–30 mmHg).
– Consentimento informado: explica benefícios, riscos e possíveis necessidades de sessões adicionais.
Durante a sessão: o que você sente e vê
– Duração: 15 a 40 minutos, conforme a quantidade de veias tratadas.
– Posicionamento: geralmente em decúbito, com membro elevado para esvaziar parcialmente as veias.
– Antissepsia e punção: picadas finas com agulhas ou cateter. Em veias profundas, punção guiada por ultrassom.
– Injeção da espuma: a espuma é lentamente introduzida. Você pode sentir leve ardor ou pressão. O médico pode comprimir segmentos para guiar o fluxo.
– Monitorização: o ultrassom mostra a espuma preenchendo o vaso e ajuda a interromper a injeção no momento ideal.
Sinais imediatos de que funcionou:
– A veia tratada endurece levemente ao toque (cordão).
– Redução do enchimento da variz ao ficar de pé.
– No ultrassom, o vaso perde o fluxo e colaba.
Depois: cuidados e tempo de recuperação
– Meias de compressão: usar por 7 a 14 dias conforme orientação. Em veias maiores, alguns sugerem 3 a 4 semanas.
– Movimento: caminhar 15 a 30 minutos no mesmo dia. Evitar imobilidade prolongada por 48 horas.
– Atividades: trabalho de escritório geralmente no dia seguinte; academia leve após 48 a 72 horas; evitar impacto e calor excessivo na primeira semana.
– Sol: proteger a pele para reduzir risco de manchas.
– Analgésico simples e gelo local se houver desconforto.
Alertas: dor intensa, assimetria de inchaço, falta de ar, manchas súbitas frias ou pálidas exigem contato imediato com o médico.
Resultados, número de sessões e o que diz a evidência
A “espuma varizes” oferece resultados graduais e cumulativos. O planejamento realista faz diferença para satisfação e segurança.
Quando o resultado aparece e quantas sessões são necessárias
– Cronograma típico:
1. Primeiras 24–72 horas: cordões firmes e leves hematomas, que são esperados.
2. 2–6 semanas: redução visível de saliências e desconforto; reabsorção progride.
3. 3–6 meses: refinamento estético e consolidação da fibrose.
– Número de sessões:
– Vasinhos isolados: 1 a 3 sessões.
– Varizes segmentares: 1 a 2 sessões por membro, às vezes com retoques.
– Safena doente guiada por ultrassom: muitas vezes 1 sessão, podendo necessitar reforço em 6–12 semanas se houver recanalização parcial.
– Sessões combinadas: é comum associar espuma a microflebectomias (retirada de veias salientes por microincisões) e, em alguns casos, a laser transdérmico para vasinhos residuais.
Taxa de sucesso e recidiva
Os resultados dependem do calibre, da extensão da doença e da técnica. Em linhas gerais:
– Veias varicosas não safenas: altas taxas de oclusão inicial (>80–90%).
– Safena magna/paren pequena tratadas com espuma guiada por ultrassom: fechamento inicial em torno de 70–85%; a necessidade de sessões adicionais é maior do que com laser/radiofrequência, mas com menos invasão.
– Recanalização: pode ocorrer em meses a anos; o retoque com espuma costuma resolver boa parte dos casos.
– Sintomas: melhora de dor, peso e cansaço das pernas é relatada pela maioria dos pacientes nas primeiras semanas.
Fatores que melhoram a resposta:
– Uso correto das meias no pós-procedimento.
– Controle de peso e atividade física regular.
– Tratar veias nutridoras e perfurantes associadas, não apenas o “vasinho visível”.
Riscos, efeitos colaterais e como minimizá-los
Todo procedimento tem riscos. Conhecê-los e seguir as orientações reduz eventos e melhora o resultado estético.
Efeitos comuns e temporários
– Endurecimento em “cordão”: esperado; regride em semanas.
– Manchas amarronzadas (hiperpigmentação): podem ocorrer em até 10–30% dos casos, especialmente em peles claras expostas ao sol; tendem a clarear ao longo de meses.
– Matting: rede de vasinhos finíssimos rosados; mais comum quando há vasinhos sob alta pressão. Pode requerer sessões adicionais.
– Hematomas leves, sensibilidade ao toque e coceira: duram poucos dias.
Cuidados que ajudam:
– Compressão adequada e de tamanho correto.
– Evitar calor direto (banho muito quente, sauna) por alguns dias.
– Fotoproteção rigorosa nas áreas tratadas.
Sinais de alerta e contraindicações
– Trombose venosa profunda (TVP): rara; risco aumenta com imobilidade, trombofilias, varizes muito extensas. Sinais: dor intensa na panturrilha, edema assimétrico, calor local.
– Comprometimento cutâneo: dor intensa e mudança de cor pálida ou reticulada no local pode indicar espasmo ou oclusão acidental de arteríola; procure o médico imediatamente.
– Sintomas neurológicos transitórios: visão turva, escotomas, aura de enxaqueca; geralmente passageiros, mais frequentes em pessoas com enxaqueca prévia. O uso de CO₂/O₂ e doses fracionadas reduz o risco.
– Reações alérgicas: muito incomuns com polidocanol, mas possíveis.
Contraindicações e cautela:
– Gestação e amamentação (adiar salvo urgência).
– TVP recente, embolia pulmonar ou trombofilia sem controle.
– Infecção cutânea ativa ou feridas no trajeto da veia.
– Alergia conhecida ao agente esclerosante.
– Comunicação cardíaca direita-esquerda (ex.: forame oval patente) com história de eventos neurológicos após procedimentos: discutir ajustes de técnica e gases com o cirurgião.
Espuma vs. outras opções para varizes
Entender onde a espuma se encaixa ajuda a decidir com segurança e clareza.
Laser endovenoso, radiofrequência e cola
– Laser endovenoso (EVLA) e radiofrequência (RFA):
– Vantagens: altas taxas de fechamento da safena (90–98%), menor recanalização a longo prazo.
– Considerações: necessitam de punção e anestesia tumescente ao longo da veia; custo maior; exige sala equipada.
– Recuperação: rápida, semelhante à espuma, com retorno precoce às atividades.
– Cola endovenosa (cianoacrilato):
– Vantagens: dispensa anestesia tumescente e compressão em muitos casos; fechamento alto em safenas.
– Considerações: custo mais elevado, risco de reações inflamatórias localizadas.
– Onde a “espuma varizes” brilha:
– Veias tortuosas e colaterais que dificultam a passagem de cateteres.
– Reforço de segmentos residuais após laser/RFA.
– Alternativa menos invasiva quando há restrições clínicas ou financeiras.
Cirurgia tradicional e escleroterapia líquida
– Cirurgia (stripping e flebectomias):
– Vantagens: resolução imediata de veias salientes em casos selecionados.
– Considerações: envolve cortes e anestesia; recuperação mais lenta; não impede novas veias doentes no futuro se a causa (refluxo) persistir.
– Escleroterapia líquida:
– Boa para vasinhos e reticulares finos.
– Em veias médias a grandes, a espuma tem vantagem por preencher melhor o lúmen e promover contato mais uniforme com a parede.
Em 2025, muitos planos terapêuticos combinam técnicas para personalizar o resultado: laser ou RFA para a safena principal, espuma para colaterais, e microflebectomias para saliências específicas.
Guia prático: como se preparar e maximizar o resultado
Coloque em prática estes passos simples para potencializar os benefícios da espuma varizes.
Checklist pré-procedimento
– Leve seus exames de ultrassom mais recentes.
– Avise sobre medicações (anticoagulantes, antiagregantes, hormônios).
– Evite cremes/óleos nas pernas no dia.
– Vista roupa confortável e leve a meia de compressão recomendada.
– Programe uma caminhada leve após a sessão.
Primeiros 14 dias: o que fazer
– Use a compressão conforme prescrito (geralmente 7–14 dias).
– Caminhe diariamente; evite longos períodos sentado ou em pé sem se mexer.
– Hidrate-se bem.
– Protetor solar nas áreas tratadas se houver exposição.
– Marque uma revisão por ultrassom se orientado (comum em safenas).
Erros comuns que atrapalham
– Abandonar a compressão cedo demais.
– Retomar exercícios de alto impacto nas primeiras 48–72 horas.
– Expor ao sol sem proteção logo após o procedimento.
– Tratar só o “vasinho aparente” e ignorar a veia nutridora. A avaliação adequada evita recidivas rápidas.
Perguntas que você faria ao seu cirurgião vascular
Entrar na consulta com perguntas objetivas torna a decisão mais segura e personalizada.
– Minha veia safena está doente? Se sim, espuma, laser ou radiofrequência são melhores no meu caso?
– Quantos mililitros de espuma pretende usar por sessão? Em quais segmentos?
– Usará ultrassom durante todo o procedimento?
– Qual gás utiliza na mistura (oxigênio/CO₂)? Qual a proporção?
– Preciso de quantas sessões e em que intervalo?
– Qual é o plano se houver recanalização parcial?
– Por quanto tempo devo usar meias e quando posso voltar aos treinos?
– Quais sinais exigem contato imediato?
– Quanto custa o tratamento no seu serviço e o que está incluído (consultas de revisão, retoques)?
Mitos e verdades sobre a espuma para varizes
Separar fatos de percepções ajuda a alinhar expectativas com a realidade.
– “A espuma só serve para vasinhos.” Mito. A espuma é eficiente em veias médias e grandes, inclusive na safena em casos selecionados, quando guiada por ultrassom.
– “Se fechar a veia, o sangue vai fazer falta.” Mito. O corpo redireciona o fluxo para veias saudáveis; a veia doente atrapalha a circulação.
– “Dói muito.” Em geral, não. A maioria relata desconforto leve e passageiro.
– “A mancha é para sempre.” Na maioria, a hiperpigmentação clareia em meses; fotoproteção e boa técnica reduzem o risco.
– “A espuma é menos eficaz que o laser.” Depende do alvo. Em safena, o laser tende a ter maior taxa de fechamento duradouro; em colaterais e veias tortuosas, a espuma é competitiva e muito prática.
– “É tratamento de consultório, então é menos seguro.” Segurança depende do profissional, da seleção do caso e do uso de ultrassom e protocolos atualizados.
Quanto tempo dura o efeito e como manter os resultados
A durabilidade varia conforme o tipo de veia tratada, causas do refluxo e hábitos de vida.
– Segmentos colaterais e varizes isoladas: fechamento geralmente duradouro após fibrose completa.
– Safenas: podem recanalizar com o tempo; revisões anuais ajudam a intervir cedo se necessário.
– Hábitos que preservam o resultado:
– Controle do peso e fortalecimento da panturrilha.
– Pausas ativas em trabalhos de longas horas sentado ou em pé.
– Meias em viagens longas.
– Tratar precocemente novos vasinhos nutridos por perfurantes doentes.
A “espuma varizes” não impede que outras veias, geneticamente predispostas, adoeçam ao longo dos anos. Porém, facilita retoques rápidos quando necessário, mantendo pernas mais leves e com melhor aparência.
Ao considerar a espuma varizes, busque um cirurgião vascular que realize o procedimento com ultrassom, utilize gases fisiológicos e siga protocolos de dose e compressão baseados em evidências. Essa combinação aumenta as chances de um resultado previsível, confortável e esteticamente satisfatório.
Resumo essencial:
– O que é: polidocanol em forma de espuma com O₂/CO₂, guiado por ultrassom.
– Como funciona: desloca o sangue, lesa o endotélio, causa trombose controlada e fibrose, fechando a veia.
– Para quem serve: varizes médias/grandes, colaterais tortuosas, recidivas; pode tratar safena em casos selecionados.
– Benefícios: ambulatorial, recuperação rápida, versátil e combinável com outras técnicas.
– Cuidados-chave: compressão, mobilidade precoce, fotoproteção, revisão por ultrassom.
– Riscos: hiperpigmentação, matting, raramente trombose; sinais de alerta devem ser reconhecidos.
Pronto para dar o próximo passo? Agende uma avaliação com um cirurgião vascular de confiança, leve suas dúvidas e construa um plano personalizado. Quanto antes você tratar com técnica adequada, mais rápido sentirá as pernas leves e verá as varizes regredirem com segurança.
O vídeo explica como funciona o tratamento de varizes com espuma. O polidocanol, um anestésico que causa fechamento de veias quando injetado, é transformado em espuma usando oxigênio ou gás carbônico. Essa espuma ocupa todo o espaço dentro da veia, causando trombose e fibrose, levando ao regresso das varizes. A técnica utilizada é chamada de técnica de Tessari e é realizada no consultório pelo cirurgião vascular.

