Por que cuidar das suas veias durante a quarentena de 2025
Ficar mais tempo em casa não precisa ser sinônimo de pernas pesadas, inchaço e cansaço. Com pequenas mudanças diárias, você protege sua circulação, reduz dores e melhora a disposição. Este guia reúne cinco ações simples e eficazes para colocar em prática hoje mesmo — sem equipamentos caros, sem complicações e com foco no que realmente funciona para a saúde vascular. Ao combinar movimento regular, exercícios resistidos, alimentação anti-inflamatória, hidratação estratégica e equilíbrio mental, você reduz a estagnação do sangue nas pernas, favorece o retorno venoso e cuida do coração. Pense como um “check-up de hábitos”: alguns minutos por dia já fazem diferença. Priorize o que é sustentável e observe sua energia, seu sono e suas medidas inchadas ao longo das semanas. Seu objetivo é criar um ambiente interno amigo da sua circulação e, com isso, blindar sua saúde vascular.
1. Mexa-se a cada 30–60 minutos: a rotina antissedentária
Quando ficamos sentados por longos períodos, a panturrilha — apelidada de “coração periférico” — trabalha menos. Isso dificulta o retorno do sangue das pernas ao coração, favorecendo inchaços, sensação de peso e, em casos predispostos, varizes e trombose. A boa notícia: micro-movimentos frequentes funcionam como “doses de circulação” ao longo do dia.
Por que funciona
– Ativa a bomba da panturrilha, melhorando o retorno venoso.
– Reduz a pressão venosa nas pernas e o acúmulo de líquidos.
– Evita rigidez articular e melhora a postura, protegendo joelhos e coluna.
– Mantém o metabolismo mais ativo, o que também ajuda no controle de peso — outro fator que impacta a saúde vascular.
Como aplicar agora
– Alarme inteligente: programe o celular ou smartwatch para vibrar a cada 45 minutos. Levante-se, caminhe por 2–3 minutos e alongue os tornozelos.
– Circuito de 3 minutos (repita 4–6 vezes ao dia):
1. Marcha parada com joelhos altos (30 segundos).
2. Elevação de panturrilhas (20 repetições, apoiando-se na cadeira).
3. Flexão e extensão de tornozelos sentado (30 segundos por perna).
– Reuniões ativas: sempre que possível, faça chamadas em pé, ande pela casa ou suba e desça um lance de escadas.
– Estação de trabalho “híbrida”: improvise um apoio para trabalhar em pé por 20–30 minutos alternadamente.
Erros comuns que sabotam resultados
– Compensar sedentarismo com um treino pesado isolado. O retorno venoso precisa de estímulos frequentes ao longo do dia.
– Passar horas com pernas cruzadas. Prefira manter os pés apoiados e alterar a posição a cada 15–20 minutos.
– Sapatos muito rígidos em casa. Se possível, fique descalço em piso seguro e faça movimentos de mobilidade dos pés.
2. Faça exercícios resistidos simples em casa
Exercícios com resistência aumentam a força da musculatura das pernas e do core, estabilizam as articulações e otimizam a bomba muscular que sustenta o retorno venoso. Você não precisa de uma academia completa; elásticos, uma toalha e até uma fita adesiva na altura da porta podem compor um treino eficiente e seguro.
Ferramentas que você já tem: elástico, toalha e fita adesiva
– Elástico de resistência: se não tiver, improvise com meias-calças firmes.
– Fita adesiva na porta: marque na altura do ombro e da cintura para lembrar posições de puxada/empurrão. Ela guia movimentos funcionais (remada, puxada alta) mesmo sem equipamento.
– Toalha de mão: ótima para isometrias (puxar/segurar) e para alongar panturrilhas e isquiotibiais.
Minissessões guiadas (10–15 minutos)
– Circuito A (inferiores e retorno venoso):
1. Agachamento ao alcance de uma cadeira (10–15 repetições).
2. Elevação de panturrilha bilateral (15–20 repetições).
3. Ponte de glúteos no chão (12–15 repetições).
4. Remada elástica (ou puxada com toalha) fixando o elástico na maçaneta (10–12 repetições).
Repita 2–3 voltas, descansando 45–60 segundos entre exercícios.
– Circuito B (ênfase em panturrilha e tornozelo):
1. Elevação de panturrilha unilateral (8–12 repetições por lado).
2. Desenhar o alfabeto com o pé no ar (mobilidade de tornozelo, 1 volta por lado).
3. Avanço curto (lunge) segurando numa parede (8–10 repetições por lado).
4. Isometria de panturrilha: segure na ponta dos pés por 20–30 segundos.
Repita 2–3 voltas.
– Dica de progressão: aumente a amplitude, o tempo sob tensão (suba em 2 segundos, desça em 3), ou some mais uma volta ao circuito antes de buscar cargas.
Segurança em primeiro lugar
– Aqueça com 2 minutos de marcha leve e mobilidade de tornozelos.
– Dor que “belisca” ou irradia não é normal: ajuste a amplitude ou troque o exercício.
– Em sinais de alerta (dor súbita e forte na panturrilha, vermelhidão, assimetria acentuada de inchaço, falta de ar), interrompa e procure avaliação médica.
3. Adote uma alimentação anti-inflamatória prática
Alimentação não é só “caloria que entra e sai”. O que você coloca no prato influencia a viscosidade do sangue, a saúde do endotélio (revestimento interno dos vasos) e a retenção de líquidos. Uma base anti-inflamatória, com escolhas simples e consistentes, favorece a saúde vascular e o controle de peso.
O que colocar no prato
– Vegetais coloridos em metade do prato: brócolis, folhas verdes, pimentões, tomate, cenoura. Polifenóis e nitratos naturais apoiam a função endotelial.
– Fontes de proteína magra: peixe, frango, ovos, iogurte natural ou leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico) para saciedade e manutenção muscular.
– Gorduras boas: azeite de oliva extra virgem, abacate, nozes e sementes (chia, linhaça).
– Ômega-3: 2 porções semanais de peixes gordos (sardinha, salmão) ou 1–2 colheres de sopa de sementes de linhaça/chia ao dia.
– Fibras: 25–30 g/dia (aveia, frutas com casca, legumes) para microbiota saudável e controle glicêmico.
O que reduzir sem neura
– Ultraprocessados ricos em sódio, açúcar e gorduras trans (salgadinhos, embutidos, fast-food). Contribuem para retenção de líquidos e inflamação.
– Bebidas alcoólicas em excesso: causam vasodilatação seguida de efeito rebote e pioram o sono.
– Açúcar concentrado logo à noite: favorece despertares noturnos e inflamação sistêmica.
– Sal: tente ficar abaixo de 5 g/dia (cerca de 1 colher de chá), ajustando a gosto e orientação clínica.
Estratégia anti-inflamatória simples em 7 dias
– Dia 1–2: registre o que come e como se sente depois (energia, inchaço, gases).
– Dia 3–5: troque ultraprocessados por opções “de ingrediente único” (arroz, feijão, carne, ovos, legumes).
– Dia 6–7: teste reduzir um potencial gatilho pessoal por uma semana (ex.: excesso de lactose) e observe sintomas.
– Mantenha: 1 prato grande de vegetais + 1 fonte de proteína + 1 porção de carboidrato integral na maioria das refeições.
Suplementos: quando valem a pena (vitamina D, zinco e outros)
– Evite associar vitaminas a “blindagem” contra infecções. Até o momento, não há evidência robusta de que vitamina D, zinco ou multivitamínicos previnam coronavírus em pessoas sem deficiência.
– Suplementação responsável é personalizada: confirme níveis com exames (por exemplo, 25(OH)D para vitamina D) e siga orientação médica.
– Priorize comida de verdade. Suplementos podem apoiar lacunas específicas, mas não substituem uma base alimentar anti-inflamatória, essencial para a saúde vascular.
4. Hidratação estratégica para a saúde vascular
A água mantém o volume sanguíneo adequado, ajuda a evitar que o sangue fique mais “viscoso” e facilita o retorno venoso. Também combate dores de cabeça e cansaço típicos de ambientes fechados.
Quanto beber
– Regra prática: 30–35 ml de água por quilo de peso/dia. Um adulto de 70 kg mira 2,1–2,5 litros.
– Adapte ao clima, ao nível de atividade e a condições clínicas (insuficiência cardíaca, renais — sempre com orientação médica).
– Urina como guia: um amarelo claro e sem odor forte indica boa hidratação.
Dicas para lembrar de beber água
– Garrafa “meta do dia”: escolha um volume (ex.: 1 litro) e planeje 2–3 recargas.
– Alarme de meio copo: a cada troca de tarefa, beba 150–200 ml.
– Sabor sem açúcar: infusões com rodelas de limão, hortelã, casca de laranja ou canela tornam a água mais convidativa.
– Café e chá: contam parcialmente, mas prefira intercalar cada xícara com um copo de água.
– Alimentos ricos em água: melancia, pepino, tomate, laranja ajudam, mas não substituem a hidratação principal.
Sinais de que você está acertando
– Redução de inchaço vespertino nas pernas.
– Menos câimbras noturnas.
– Energia mais estável ao longo do dia.
– Pele menos ressecada e melhor recuperação pós-exercício.
5. Mantenha a sanidade mental: estresse também fecha as veias
Estresse crônico aumenta catecolaminas, eleva a pressão arterial e piora a qualidade do sono — uma combinação ruim para sua circulação. Cuidar da mente é tão importante quanto fazer exercício. Pequenos rituais diários equilibram o sistema nervoso autônomo e favorecem a saúde vascular.
Ritual diário de 15 minutos
– Respiração 4-6: inspire por 4 segundos, expire por 6, por 3–5 minutos. Aumenta a variabilidade da frequência cardíaca e sinaliza relaxamento ao corpo.
– Meditação guiada: use um aplicativo e faça 5–10 minutos após o almoço ou no final da tarde.
– Alongamento/yoga suave: 5 minutos de sequências simples (postura da criança, cachorro olhando para baixo com joelhos flexionados, alongamento de panturrilhas na parede).
– Gratidão escrita: anote 3 coisas boas do dia. Parece simples, mas muda o foco mental e reduz a reatividade ao estresse.
Hobbies que protegem a circulação
– Atividades manuais (desenho, jardinagem, tricô) reduzem a ruminação mental e incentivam pausas ativas.
– Leitura no sofá, com os pés elevados sobre um puff, por 15–20 minutos, favorece o retorno venoso.
– Música e dança leve: além de prazer, geram movimentos rítmicos que impulsionam a bomba muscular.
– Contatos sociais virtuais de qualidade: combine “chamadas-caminhada” com amigos ou familiares.
Sinais de alerta e quando procurar ajuda
– Inchaço persistente em uma perna, dor ou calor local, vermelhidão ou veias endurecidas exigem avaliação médica.
– Falta de ar, dor torácica, tontura intensa ou sintomas neurológicos são emergências.
– Varizes dolorosas, cansaço exagerado nas pernas ou manchas escurecidas na pele merecem consulta com angiologista/vascular para ajuste de plano.
Para reforçar e consolidar, aqui vai um checklist rápido de 7 dias para a saúde vascular:
– Dia 1: instale alarmes de movimento a cada 45 minutos.
– Dia 2: faça o Circuito A (10–12 min) e registre como suas pernas se sentiram à noite.
– Dia 3: troque o jantar por um prato meio-vegetais, + proteína, + carboidrato integral.
– Dia 4: atinja sua meta de água (use a garrafa “meta do dia”).
– Dia 5: ritual de 15 minutos de respiração + alongamento.
– Dia 6: repita o Circuito B e avalie inchaço/notas de energia.
– Dia 7: revise o diário, mantenha o que funcionou e ajuste o que não se encaixou.
E lembre-se: meias de compressão podem ser úteis para quem permanece muitas horas sentado em casa. Escolha a compressão leve a moderada (ex.: 15–20 mmHg) e vista pela manhã, retirando ao deitar — sempre com orientação individualizada, especialmente se houver doenças arteriais ou condições específicas.
Ao longo de todo esse processo, monitore três marcadores simples:
– Conforto nas pernas ao final do dia (escala de 0 a 10).
– Circunferência do tornozelo ao acordar e à noite (uma fita métrica já ajuda a identificar retenção).
– Qualidade do sono (quantas vezes acorda, sensação de descanso ao levantar).
Pequenas melhoras semanais mostram que seu plano está fortalecendo sua saúde vascular.
O passo agora
Você não precisa mudar tudo de uma vez. Escolha uma ação de cada pilar: um alarme de movimento, um circuito de 10 minutos, um prato mais colorido, uma garrafa de água ao lado e um ritual de 15 minutos para a mente. Em duas semanas, sua circulação agradecerá com menos inchaço, pernas mais leves e mais energia para o dia. Se quiser avançar, consulte um especialista vascular para personalizar exercícios, avaliar a necessidade de compressão e ajustar metas nutricionais. Comece hoje: programe seu primeiro alarme, separe o elástico e encha a garrafa. Seu corpo sente a diferença quando você cuida da sua saúde vascular.
O vídeo aborda dicas para manter a saúde vascular durante a quarentena. O Dr. Alexandre Amato destaca a importância da movimentação, mesmo dentro de casa, para evitar o inchaço e melhorar a circulação sanguínea. Recomenda estabelecer uma rotina de exercícios físicos, utilizando elásticos ou até mesmo fita adesiva na porta para realizar movimentos.
Quanto à alimentação, enfatiza a necessidade de evitar excessos e buscar opções mais saudáveis. Sugere se aprofundar no tema da dieta anti-inflamatória para identificar alimentos que possam causar reações negativas e promover o bem-estar vascular.
A hidratação também é crucial, com recomendação de ingerir pelo menos 12 litros de água por dia. O médico alerta sobre a importância da sanidade mental durante o isolamento social, recomendando atividades como meditação, yoga, exercícios físicos, hobbies antigos e leitura para manter o bem-estar psicológico.
Por fim, o Dr. Amato desmistifica a relação entre vitaminas como D e zinco com a prevenção do coronavírus, ressaltando que não há evidências científicas suficientes para afirmar essa correlação. Enfatiza a importância de buscar informações confiáveis e consultar um médico antes de tomar qualquer decisão sobre suplementação.

