Aneurisma da aorta e o que fazer em 2025

O que é aneurisma aórtico e por que importa em 2025

O aneurisma aórtico é uma dilatação anormal da aorta — a maior artéria do corpo — que pode evoluir silenciosamente por anos. Quando a parede se enfraquece e o diâmetro aumenta, cresce também o risco de ruptura, uma emergência com alta mortalidade. Em 2025, a mensagem é clara: identificar cedo, tratar fatores de risco e acompanhar com disciplina salva vidas.

O tipo mais comum é o aneurisma da aorta abdominal, frequentemente associado à aterosclerose. Tabagismo, hipertensão e histórico familiar são protagonistas entre os fatores de risco. A maioria dos portadores não apresenta sintomas até etapas avançadas, o que torna o rastreamento fundamental para impedir complicações graves.

Aorta abdominal x aorta torácica: diferenças que importam

A aorta abdominal, localizada no abdome, é a região onde a maioria dos aneurismas aparece após os 50 anos. Já os aneurismas torácicos, na porção dentro do tórax, costumam estar ligados a hipertensão mal controlada, doenças do tecido conjuntivo ou valva aórtica bicúspide.

– Aneurisma abdominal: geralmente silencioso; quando sintomático, pode causar dor abdominal, lombar ou sensação de pulsação no abdome.
– Aneurisma torácico: pode gerar dor torácica, rouquidão, tosse persistente ou falta de ar, dependendo da localização.
– Em ambos, a ruptura é evento dramático que exige atendimento imediato.

Quem corre mais risco e quando fazer rastreamento

O rastreio direcionado a grupos de risco detecta aneurismas antes das complicações. Ele é rápido, indolor e acessível: a ultrassonografia abdominal é o exame mais indicado para o aneurisma aórtico abdominal.

Principais fatores de risco

Saber onde você se encaixa ajuda a decidir o momento certo para agir. Entre os fatores de risco bem estabelecidos estão:

– Tabagismo atual ou passado (o fator mais relevante)
– Hipertensão arterial não controlada
– Idade acima de 50 anos, com aumento significativo após os 65
– Sexo masculino (maior prevalência), embora mulheres apresentem risco aumentado de ruptura em diâmetros menores
– Histórico familiar de aneurisma aórtico (parente de primeiro grau)
– Dislipidemia, aterosclerose difusa, doença arterial periférica
– Doenças pulmonares (como DPOC), que frequentemente acompanham o tabagismo

Estudos populacionais indicam que 1 a 3% dos homens acima de 65 anos podem ter aneurisma da aorta abdominal. A mortalidade após ruptura pode ultrapassar 80%, reforçando o valor do diagnóstico precoce.

Rastreio em 2025: quando considerar

Protocolos podem variar por país e histórico individual, mas um roteiro prático para conversar com seu médico é:

– Homens de 65 a 75 anos que já fumaram: fazer ultrassom abdominal pelo menos uma vez.
– Homens acima de 65 anos, mesmo sem histórico de tabagismo: discutir rastreamento individualizado, principalmente se houver aterosclerose.
– Mulheres acima de 65 anos com tabagismo atual ou passado e/ou histórico familiar: considerar ultrassom abdominal.
– Pessoas com parente de primeiro grau com aneurisma aórtico: iniciar avaliação mais cedo (por volta de 55–60 anos, ou antes, conforme orientação médica).
– Portadores de valva aórtica bicúspide, doenças do tecido conjuntivo (Marfan, Loeys-Dietz) ou hipertensão severa: necessidade de avaliação torácica com ecocardiograma, tomografia ou ressonância, de acordo com o caso.

Sinais de alerta e quando procurar urgência

A maioria dos aneurismas não dói até a complicação. Procure ajuda imediata se houver:

– Dor súbita e intensa no abdome, costas ou tórax
– Desmaio, sudorese fria, palidez, pulso fraco
– Queda abrupta da pressão arterial
– Massa abdominal pulsátil dolorosa

Nessas situações, acione o serviço de emergência sem hesitar.

Como é feito o diagnóstico e o acompanhamento

Em 2025, a tecnologia favorece diagnósticos rápidos e seguimento preciso. Ainda assim, o pilar continua sendo o exame certo para a pergunta certa, realizado no tempo adequado.

Exames mais utilizados

– Ultrassonografia abdominal: primeira escolha para rastrear e acompanhar o aneurisma aórtico abdominal. É segura, sem radiação, barata e oferece medidas confiáveis do diâmetro.
– Tomografia computadorizada (angio-TC): indicada para planejamento cirúrgico/endovascular, avaliação de anatomia complexa e confirmação de medidas.
– Ressonância magnética: alternativa sem radiação para acompanhamento em casos selecionados.
– Ecocardiograma e angio-TC/angio-RM de tórax: essenciais no aneurisma torácico. Permitem avaliar raiz aórtica, arco e aorta descendente.

Qual o intervalo de acompanhamento

O ritmo de controle depende do tamanho, da taxa de crescimento e da localização do aneurisma:

– Aorta abdominal
1. 3,0 a 3,9 cm: reavaliação anual.
2. 4,0 a 4,9 cm: reavaliação a cada 6–12 meses (frequentemente semestral).
3. 5,0 a 5,4 cm: reavaliação a cada 3–6 meses.

– Aorta torácica
1. <4,5 cm: controle anual. 2. ≥4,5 cm ou crescimento acelerado: controle a cada 6 meses, com TC/RM conforme o caso. Regra prática: crescimento superior a 0,5 cm em um ano ou 0,3 cm por ano em dois anos seguidos sinaliza maior risco e pode antecipar a indicação de correção.

Prevenção que funciona: hábitos e controle clínico

Prevenir a formação e a progressão de um aneurisma aórtico é possível e altamente eficaz. Mudanças de estilo de vida, combinadas ao controle rigoroso de fatores de risco, reduzem a velocidade de crescimento e o risco de ruptura.

Estratégias práticas para parar de fumar

Parar de fumar é a intervenção isolada mais importante. O tabagismo está diretamente ligado ao surgimento, ao crescimento e à ruptura do aneurisma.

– Defina uma data para parar nas próximas 2–4 semanas.
– Escolha uma estratégia: reposição de nicotina (adesivo, goma), vareniclina ou bupropiona, conforme orientação médica.
– Crie um plano de substituição: água, caminhada curta, respiração profunda sempre que vier a vontade.
– Afaste gatilhos: álcool excessivo, café em excesso, ambientes de fumantes.
– Busque apoio: grupos, apps, teleatendimento e acompanhamento com profissional de saúde.
– Recompense-se por marcos (1 semana, 1 mês, 3 meses). O risco cai rapidamente nos primeiros meses e continua caindo ao longo dos anos.

Alimentação, exercício e pressão sob controle

– Dieta de padrão mediterrâneo: frutas, vegetais, grãos integrais, azeite, peixes e oleaginosas. Reduza açúcar, ultraprocessados e gorduras trans.
– Sódio moderado: abaixo de 2 g de sódio/dia ajuda no controle pressórico.
– Exercício regular: 150 minutos semanais de atividade aeróbica moderada (caminhada rápida, bike, natação) e 2 sessões leves de resistência. Evite manobras de esforço extremo e levantamento de altas cargas sem supervisão.
– Peso saudável: cada quilo perdido pode ajudar a reduzir a pressão arterial.
– Álcool com moderação e sono de qualidade (7–8 horas/noite).

Controle clínico sistemático também faz diferença:

– Metas de pressão arterial: em geral, abaixo de 130/80 mmHg, conforme orientação médica.
– Medicamentos: betabloqueadores e bloqueadores do sistema renina-angiotensina (IECA/BRAs) auxiliam na proteção da parede aórtica ao controlar a pressão e a frequência cardíaca.
– Colesterol em ordem: estatinas são úteis na presença de aterosclerose e prevenção cardiovascular.
– Diabetes controlado: hemoglobina glicada em meta reduz inflamação e dano vascular.

Plano de 30 dias para começar agora

Semana 1
– Marque consulta com cirurgião vascular para avaliação de risco.
– Meça a pressão em casa em três dias diferentes (manhã e noite) e leve as anotações.
– Inicie redução de sal e ultraprocessados.

Semana 2
– Defina a data para parar de fumar e combine terapia de cessação.
– Agende ultrassonografia abdominal se estiver no grupo de risco.
– Caminhe 20–30 minutos em 4 dias da semana.

Semana 3
– Ajuste medicações com seu médico, se necessário.
– Inclua legumes e frutas em pelo menos 2 refeições/dia.
– Baixe um app para lembretes de medição de pressão e hidratação.

Semana 4
– Reavalie metas e barreiras.
– Aumente a caminhada para 40 minutos, 4–5 dias na semana.
– Revise com o médico os resultados dos exames e o plano de acompanhamento.

Opções de tratamento: do conservador ao cirúrgico

O tratamento adequado depende de tamanho, localização, crescimento e condições clínicas. Em muitas situações, o melhor início é observar com rigor e tratar fatores de risco. Em outras, a correção do aneurisma aórtico em tempo oportuno previne a ruptura e salva vidas.

Quando operar um aneurisma aórtico

Indicações clássicas para correção incluem:

– Aneurisma abdominal ≥5,5 cm em homens e ≥5,0–5,2 cm em muitas mulheres, considerando risco aumentado de ruptura
– Crescimento rápido (ex.: >0,5 cm/ano)
– Aneurisma sintomático (dor), saccular ou com sinais de instabilidade
– Aneurismas torácicos com diâmetros entre 5,0 e 5,5 cm, conforme a etiologia; em doenças do tecido conjuntivo e valva bicúspide, limiares podem ser menores

A decisão é individualizada e leva em conta idade, anatomia, comorbidades e experiência do centro. Em 2025, algoritmos de risco e imagens 3D auxiliam no timing ideal.

Endovascular (EVAR/TEVAR) versus cirurgia aberta

– Endovascular (EVAR para abdominal, TEVAR para torácico)
Vantagens: menor incisão, recuperação mais rápida, menor tempo de internação, menos sangramento.
Desafios: necessidade de anatomia favorável; risco de endoleak (vazamento), migração do stent e reintervenções ao longo do tempo; acompanhamento vitalício com imagem.

– Cirurgia aberta
Vantagens: durabilidade elevada e menor taxa de reintervenção no longo prazo.
Desafios: recuperação mais lenta, maior agressividade cirúrgica e necessidade de equipe e estrutura experientes.

Decidir entre EVAR/TEVAR e cirurgia aberta requer equipe multidisciplinar. Centros com volume alto tendem a apresentar melhores resultados perioperatórios.

Preparação e recuperação

– Otimize a saúde antes da cirurgia: pare de fumar, controle pressão e glicemia, trate anemia e ajuste medicações.
– Planeje o pós-operatório: apoio familiar, fisioterapia precoce, caminhadas progressivas.
– Siga o calendário de controle com ultrassom/TC para avaliar a integridade do reparo, especialmente após EVAR/TEVAR.

Vivendo bem após o diagnóstico

Receber o diagnóstico de aneurisma aórtico não significa viver com medo. Significa assumir o protagonismo da sua saúde e seguir um plano claro de vigilância e proteção vascular.

Rotina segura e ativa

– Mantenha atividade física regular, evitando esforços máximos e manobras de prender a respiração durante cargas.
– Previna constipação (fibras, água, atividade) para evitar esforço exagerado ao evacuar.
– Use medidor de pressão em casa e registre valores.
– Evite quedas e traumas.
– Em viagens longas, levante-se e caminhe a cada 1–2 horas; leve lista de medicamentos e contatos do seu médico.

Checklist do dia a dia

– Medicamentos tomados conforme prescrição
– Pressão arterial anotada 2–3 vezes por semana
– Caminhada marcada no calendário
– Exames de imagem com data definida
– Vacinas em dia (gripe, pneumonia, conforme orientação)
– Sinais de alerta reconhecidos e plano de ação em caso de dor súbita

Roteiro de conversa com seu cirurgião vascular

Leve perguntas objetivas para aproveitar ao máximo a consulta:

– Qual é o tamanho atual e a taxa de crescimento do meu aneurisma?
– Qual o melhor intervalo de acompanhamento para meu caso?
– Quais metas de pressão e colesterol devo perseguir?
– Sou candidato a EVAR/TEVAR ou cirurgia aberta, caso precise?
– Quais mudanças de estilo de vida terão maior impacto para mim agora?
– Como monitorar corretamente os sinais de alerta e quando procurar emergência?

Tendências e avanços para 2025

Novas tecnologias vêm tornando o cuidado mais preciso e personalizado, sem substituir os pilares clássicos de prevenção e acompanhamento.

Imagem e planejamento mais inteligentes

– Reconstruções 3D e softwares de planejamento ajudam a escolher endopróteses sob medida e a prever complicações.
– Protocolos de baixa dose de radiação na tomografia tornam o seguimento mais seguro.
– Para alguns casos de aneurisma torácico, a ressonância cardiovascular oferece detalhes da parede aórtica e fluxo sem exposição à radiação.

Medicina personalizada e monitorização

– Escalas de risco integram tamanho, morfologia e fatores clínicos para refinar decisões de intervenção.
– Programas de cessação do tabagismo baseados em comportamento e telemonitorização aumentam taxas de sucesso.
– Apps e dispositivos conectados facilitam adesão ao plano de pressão, atividade e exames, com alertas e relatórios que simplificam o acompanhamento médico.

O que fazer hoje para reduzir seu risco

– Se você tem 65 anos ou mais e já fumou, converse sobre fazer ultrassom abdominal.
– Se há histórico familiar de aneurisma aórtico, antecipe a avaliação.
– Pare de fumar: marque uma data e busque apoio profissional.
– Meça sua pressão regularmente e atinja a meta combinada com o médico.
– Adote dieta de padrão mediterrâneo e exercícios consistentes.
– Mantenha consultas em dia com o cirurgião vascular para um plano sob medida.

Em resumo, o aneurisma aórtico pode ser silencioso, mas não precisa ser surpreendente. Ao combinar rastreamento oportuno, hábitos que protegem a aorta e decisões terapêuticas bem informadas, você reduz drasticamente o risco de complicações. Se está no grupo de risco — ou tem dúvidas —, agende hoje mesmo uma consulta com um cirurgião vascular para avaliar a necessidade de rastreamento e montar um plano claro para 2025. Seu próximo passo pode ser o mais importante para a sua saúde vascular.

Este vídeo aborda aneurismas, dilatações nas artérias que podem ocorrer em qualquer parte do corpo. O aneurisma da aorta abdominal é o mais comum e está relacionado à doença aterosclerótica.

Fatores de risco incluem tabagismo, hipertensão, histórico familiar de aneurisma e idade avançada (a partir dos 50 anos). A doença é silenciosa e pode levar à ruptura com alto risco de morte. O rastreio precoce é fundamental para identificar aneurismas e tomar medidas preventivas.

O vídeo enfatiza a importância de evitar o tabagismo, controlar a pressão arterial, adotar uma dieta saudável e consultar um cirurgião vascular para rastreamento.

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