O que você precisa saber agora sobre vasinhos
Os pequenos vasinhos que aparecem nas pernas não são apenas um detalhe estético. Eles podem sinalizar um desequilíbrio na circulação, merecendo atenção e cuidado. A boa notícia é que, em 2025, temos tratamentos modernos, menos dolorosos e mais eficientes do que nunca — e, ao contrário do que muita gente ainda pensa, exercício não piora o quadro. Entenda como separar mitos de evidências, o que realmente funciona e como montar um plano prático para cuidar das suas pernas com segurança.
Os vasinhos também são chamados de telangiectasias (os bem finos, avermelhados ou arroxeados) e podem se associar às veias reticulares (um pouco mais calibrosas, azuladas). Embora pareçam superficiais, eles surgem por alterações estruturais das veias, influenciadas por genética, hormônios, gravidezes, postura e ritmo de vida. Cremes não “fecham” um vaso danificado; o caminho eficaz envolve procedimentos específicos realizados por cirurgiões vasculares.
Mitos que atrapalham seu resultado
“Cremes e loções eliminam vasinhos”
Cremes hidratantes são ótimos para a pele, mas não têm efeito de “colar” ou “fechar” veias danificadas. Os vasinhos são alterações estruturais do vaso, e não um problema superficial de pele que um cosmético conseguiria resolver. Por isso, fórmulas milagrosas prometendo desaparecer veias em semanas acumulam frustração e gasto desnecessário.
– Por que não funcionam: não alcançam o interior do vaso nem reparam a parede venosa alterada.
– O que podem fazer: aliviar sensação de peso pela hidratação da pele, mas sem impacto real nos vasos.
– Onde investir: em avaliação vascular e procedimentos com eficácia comprovada.
“Exercício piora os vasinhos”
É o oposto. Movimento é aliado da circulação venosa. Quando você caminha, pedala ou nada, a panturrilha atua como uma “bomba” que empurra o sangue de volta ao coração, reduzindo a pressão dentro das veias das pernas.
– Benefícios comprovados: melhora do retorno venoso, menos inchaço ao fim do dia, fortalecimento muscular e controle do peso.
– O que evitar: impactos excessivos sem preparo e longos períodos parados. A regra de ouro é progressão e regularidade.
“Vinagre de maçã e suplementos somem com vasinhos”
Receitas caseiras circulam na internet, mas não há evidência de que vinagre, cápsulas “milagrosas” ou chás façam vasinhos desaparecerem. Alguns suplementos podem até auxiliar sintomas, como sensação de peso, mas não substituem o tratamento da veia alterada.
– Cuidado com promessas absolutas: “cura definitiva” sem procedimentos é um sinal de alerta.
– Priorize segurança: evitar automedicação e buscar orientação de um especialista previne perdas de tempo e de dinheiro.
Como os vasinhos se formam e por que podem voltar
A predisposição genética é o principal fator. Se outras pessoas na sua família têm vasinhos ou varizes, há maior chance de você desenvolver. Flutuações hormonais (puberdade, uso de anticoncepcionais, gestação e menopausa) também alteram o tônus das veias, favorecendo o aparecimento.
Ficar muito tempo em pé ou sentado, excesso de peso, sedentarismo e alguns hábitos (como fumar) aumentam a pressão venosa nas pernas e aceleram o processo. A exposição solar intensa pode acentuar vasinhos visíveis, especialmente em pele muito clara, mas nas pernas o impacto maior vem da pressão interna do sistema venoso.
Mesmo após um tratamento bem-feito, podem surgir novos vasinhos com o tempo. Isso não significa que o procedimento “falhou”, e sim que a tendência pessoal continua. É como cuidar de um jardim: você remove as ervas daninhas que apareceram, mas pode fazer manutenção periódica para manter tudo sob controle.
– O que esperar realisticamente:
1. Eliminação dos vasos tratados.
2. Surgimento eventual de novos em outras áreas ao longo de meses/anos.
3. Sessões de manutenção conforme a sua predisposição e estilo de vida.
Tratamentos que funcionam em 2025
Escleroterapia (líquida ou com espuma)
A escleroterapia é o padrão-ouro para vasinhos e veias reticulares. O médico injeta uma substância dentro do vaso, que provoca seu fechamento controlado. Para vasinhos finos, usam-se soluções líquidas específicas; para veias um pouco maiores, a forma em espuma pode ser indicada.
– Como é feito: microagulhas muito finas, aplicação rápida e ambulatorial.
– Dor e desconforto: em geral, leves. Tecnologias atuais, anestésicos tópicos e resfriamento cutâneo tornam o procedimento bem tolerável.
– Sessões: variam conforme a quantidade de vasos. Muitas pessoas veem grande melhora entre 1 e 3 sessões.
– Cuidados após: meia compressiva por alguns dias, evitar sol direto e calor intenso nas primeiras 48–72 horas, caminhar regularmente.
Laser transdérmico
O laser atua de fora para dentro, coagula seletivamente o sangue do vasinho e leva ao seu fechamento. É útil para vasos muito finos, para áreas sensíveis ou como complemento à escleroterapia.
– Vantagens: precisão, rapidez, boa opção para vasos superficiais que são difíceis de puncionar.
– Sensação durante o procedimento: picadinhas de calor. Aparelhos modernos com resfriamento de contato reduzem bastante o desconforto.
– Indicação combinada: muitos protocolos mesclam escleroterapia e laser para acelerar resultados e atingir diferentes calibres de vasos.
Tecnologias combinadas e protocolos mais confortáveis
Em 2025, os protocolos de tratamento privilegiam conforto e previsibilidade. A escolha entre escleroterapia e laser — ou a combinação — é feita após o mapeamento dos vasos e avaliação do padrão de cada paciente.
– Customização: tipo e concentração do esclerosante, energia do laser e número de disparos são ajustados ao seu perfil de pele e calibre dos vasos.
– Segurança: quando realizados por cirurgiões vasculares, os riscos são baixos. Equipes treinadas reconhecem e evitam complicações, como hiperpigmentação ou hematomas persistentes.
– Recuperação: retorno imediato às atividades leves, com orientação para evitar academias muito quentes, banhos muito quentes e sol direto logo após.
Quando os vasinhos indicam algo a mais
Sinais de alerta para investigar o sistema venoso
Nem todo vasinho é isolado. Às vezes, ele é a “ponta do iceberg” de um problema venoso mais profundo, como refluxo em veias tronculares. Fique atento a sinais que pedem avaliação detalhada:
– Inchaço recorrente ao fim do dia.
– Dor, queimação ou cansaço nas pernas que pioram com a posição em pé.
– Coceira e pele ressecada ou escurecida na região do tornozelo.
– Varizes visíveis, veias saltadas ou histórico de trombose.
– Feridas de difícil cicatrização na perna.
Se algum item se aplica, o primeiro passo é fazer um exame eco-Doppler venoso. Tratar apenas os vasinhos, nesses casos, pode gerar recorrência mais rápida se a causa de fundo não for endereçada.
O papel do eco-Doppler e do plano de tratamento
O eco-Doppler mapeia o fluxo de sangue e identifica veias com refluxo. Isso orienta uma abordagem de dentro para fora, tratando primeiro o que sustenta a pressão elevada na rede superficial.
– Benefício prático: evita “enxugar gelo”. Ao tratar a fonte do refluxo, os vasinhos ficam menos propensos a voltar.
– Sequência típica: controlar o refluxo (quando presente) e, depois, refinar com escleroterapia/laser para os vasos remanescentes.
– Acompanhamento: reavaliações periódicas para ajustar manutenção e hábitos de vida.
Plano prático de 90 dias para melhorar a circulação
Criar um plano claro ajuda a potencializar os resultados dos tratamentos e, em alguns casos, reduzir sintomas antes mesmo de iniciar os procedimentos.
Rotina de exercícios segura e eficiente
O objetivo é ativar a bomba da panturrilha e reduzir a estase venosa. Foque em regularidade e baixa a moderada intensidade.
– Semana 1–4:
1. Caminhada 30 minutos, 5 vezes/semana, ritmo confortável.
2. Fortalecimento 2 vezes/semana: 2–3 séries de 12–15 repetições de elevação de panturrilha, agachamento leve e ponte de glúteo.
3. Alongamentos de tornozelo e panturrilha após o exercício.
– Semana 5–8:
1. Acrescente bicicleta ergométrica ou elíptico 20–30 minutos, 2 vezes/semana.
2. Progrida a elevações de panturrilha unilaterais.
3. Pausas ativas: a cada 60 minutos sentado ou em pé, movimente-se por 3–5 minutos.
– Semana 9–12:
1. Introduza natação leve 1–2 vezes/semana (opcional).
2. Treino de resistência moderada com foco em membros inferiores e core, mantendo boa técnica.
3. Mantenha 150–300 minutos/semana de atividade aeróbica total.
Hábitos que fazem diferença
Mudanças simples na rotina têm impacto cumulativo ao longo dos meses.
– Meias de compressão graduada: usar durante longos períodos em pé ou viagens reduz inchaço e cansaço.
– Hidratação e alimentação: água em dia, fibras, frutas e verduras. Controle de sal para evitar retenção.
– Peso saudável: cada quilo a menos diminui a carga sobre o sistema venoso.
– Elevação das pernas: 10–15 minutos ao fim do dia, com os calcanhares acima do nível do coração.
– Cuidados com calor: evitar banhos muito quentes, saunas frequentes e depilações a quente nas 48–72 horas após procedimentos.
O que não fazer
– Passar produtos irritantes ou receitas caseiras sobre os vasinhos.
– Ficar longos períodos imóvel; programe pausas.
– Postergar avaliação por medo da dor: os métodos atuais são bem toleráveis.
– Exposição solar localizada logo após tratamento de vasinhos, para evitar manchas.
Passo a passo de um tratamento moderno
Consulta e planejamento
Na primeira consulta, o cirurgião vascular avalia histórico, sintomas, medicações e faz o exame físico. Se houver indícios de refluxo venoso, solicita-se eco-Doppler. Com o mapeamento em mãos, define-se a sequência: tratar a causa quando necessária e refinar a estética com escleroterapia e/ou laser.
– Definição de metas: reduzir sintomas, melhorar aparência e prevenir progressão.
– Orçamento transparente: número estimado de sessões e intervalo entre elas.
– Programação: muitas pessoas preferem meses mais frios para reduzir a exposição solar pós-procedimento.
Durante o procedimento
O ambiente é ambulatorial e o procedimento, rápido. Na escleroterapia, pequenas injeções são distribuídas ao longo dos vasinhos. No laser, são feitos disparos em série sobre a pele, com resfriamento para conforto.
– Duração típica: 20–40 minutos por sessão, dependendo da área.
– Sensação: ardência leve e transitória. Técnicas de resfriamento e anestésicos tópicos ajudam.
– Retorno: atividades leves no mesmo dia; evite exercícios intensos por 24–48 horas.
Após o procedimento
Alguns pontos podem ficar levemente arroxeados por alguns dias. É esperado. Use a meia compressiva conforme orientação e caminhe. Evite sol direto e calor intenso local.
– Quando ver resultado: melhora progressiva em dias a semanas, com consolidação a cada sessão.
– Efeitos temporários possíveis: pequenos hematomas, sensibilidade ao toque, escurecimento discreto que tende a clarear.
– Contato com a equipe: sinais como dor intensa, vermelhidão forte ou qualquer suspeita de reação devem ser avaliados prontamente.
Perguntas frequentes (e respostas diretas)
“Vasinhos têm cura definitiva?”
Os vasos tratados desaparecem, mas a tendência pessoal pode formar novos com o tempo. Pense em controle e manutenção, não em “cura única”. Com acompanhamento, é possível manter as pernas bonitas e confortáveis.
“Quantas sessões vou precisar?”
Depende da quantidade e do calibre dos vasos, da presença de veias reticulares de alimentação e da sua resposta individual. Em média, 1–3 sessões trazem grande melhora, mas casos extensos podem exigir mais.
“É muito dolorido?”
Os protocolos de 2025 são bem toleráveis. As microagulhas, o resfriamento e os anestésicos tópicos diminuem muito o desconforto. A maioria das pessoas classifica a sensação entre leve e moderada.
“Posso voltar a trabalhar no mesmo dia?”
Sim, para atividades leves. Caminhar é recomendado. Evite apenas treinos intensos, sauna e sol nas primeiras 48–72 horas.
“Exercício piora ou melhora?”
Melhora. Exercício regular é peça central para o retorno venoso eficiente. Ele não cria vasinhos; ele ajuda a prevenir sintomas e a potencializar os resultados do tratamento.
Erros comuns que atrasam sua evolução
– Acreditar em “atalhos” e gastar com cremes sem efeito.
– Tratar apenas a superfície sem investigar refluxo quando há sinais de alerta.
– Fazer sessões esporádicas e parar antes de completar o plano.
– Negligenciar hábitos de manutenção, como meias de compressão em jornadas longas.
– Focar apenas na estética e ignorar sintomas como dor, inchaço e cansaço.
Corrigir esses pontos simples reduz recidivas, otimiza seu investimento e acelera a conquista de pernas mais leves e bonitas.
Prevenção e manutenção a longo prazo
Adapte a estratégia às fases da vida
– Anticoncepcionais e terapia hormonal: converse com seu médico sobre opções e riscos, especialmente se houver história familiar de varizes.
– Gravidez: meias de compressão, atividade física orientada e acompanhamento regular.
– Menopausa: manutenção de exercícios e controle de peso são ainda mais importantes.
Cuidados pós-tratamento e periodicidade
– Rotina de manutenção: avaliações anuais ou semestrais, conforme predisposição.
– Sessões de retoque: tratar novos vasinhos ainda pequenos é mais simples, mais rápido e com menos sessões.
– Estilo de vida: manter exercícios, pausas ativas e hidratação adequada.
– Pele protegida: filtro solar regular para evitar hiperpigmentação, principalmente após procedimentos.
Check-list prático antes de iniciar
– Avalie suas prioridades: alívio de sintomas, estética ou ambos.
– Agende consulta com cirurgião vascular: peça análise clínica e, se indicado, eco-Doppler.
– Discuta opções: escleroterapia, laser ou combinação, com expectativas realistas.
– Planeje o calendário: considere época do ano, viagens e eventos.
– Prepare-se para o pós: meias de compressão, evitar sol e calor, caminhar regularmente.
Resultados que fazem diferença
Vasinhos tratados com técnica adequada desaparecem de forma previsível e segura. Além da melhoria estética, muitas pessoas relatam pernas mais leves, menos inchaço ao final do dia e mais disposição para manter a rotina de exercícios. O benefício funcional anda junto com o visual.
Lembre-se de que novos vasinhos podem surgir, principalmente se você tem predisposição familiar ou mantém longas jornadas em pé ou sentado. Por isso, a estratégia vencedora combina tratamento, manutenção e estilo de vida. É um investimento contínuo na sua saúde vascular.
Próximo passo: cuide das suas pernas com ciência e estratégia
Você já sabe o que é mito e o que realmente funciona. Cremes e receitas caseiras não eliminam vasinhos; exercício é aliado, e procedimentos como escleroterapia e laser, quando indicados por um especialista, entregam resultados sólidos e cada vez mais confortáveis. Dê o primeiro passo hoje: agende uma avaliação com um cirurgião vascular de confiança, discuta o melhor plano para o seu caso e coloque em prática o seu programa de 90 dias. Suas pernas agradecem agora — e no futuro.
O Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular, desmascara mitos sobre o tratamento de vasinhos. Ele explica que cremes e loções não são eficazes para eliminar vasinhos, pois estes já apresentam danos estruturais. O tratamento adequado envolve procedimentos como escleroterapia ou laser, realizados por cirurgiões vasculares. Exercícios físicos, ao contrário do que muitos pensam, melhoram a circulação venosa e não pioram a condição dos vasinhos. Além disso, o tratamento atual é menos doloroso devido a avanços tecnológicos. Tratar vasinhos não é apenas uma questão estética, pois pode indicar problemas venosos mais sérios. Embora o tratamento possa eliminar os vasos doentes, a predisposição genética pode levar ao surgimento de novos vasinhos. Métodos caseiros como vinagre de maçã ou suplementos não têm eficácia comprovada para o desaparecimento dos vasinhos. O Dr. Amato enfatiza a importância de consultar um especialista para um diagnóstico e tratamento adequados, evitando gastos desnecessários com soluções ineficazes.

