Vasinhos e varizes: por que aparecem e quando tratar
Vasinhos e varizes não são apenas um incômodo estético. Eles podem sinalizar sobrecarga no sistema venoso e, em alguns casos, evoluir para dor, sensação de peso, cãibras e inchaço ao final do dia. Entender o que há por trás desses vasos dilatados é o primeiro passo para escolher o tratamento ideal e, principalmente, evitar que o problema volte.
Existem diferentes “famílias” de veias acometidas:
– Telangiectasias (os famosos vasinhos): menores que 1 mm, superficiais, avermelhadas ou arroxeadas.
– Veias reticulares: entre 1 e 3 mm, azuladas, um pouco mais profundas, muitas vezes alimentam os vasinhos.
– Varizes: acima de 3 mm, tortuosas, salientes, podendo indicar insuficiência de veias maiores, como as safenas.
A decisão de tratar não deve se basear apenas no espelho. Quando há sintomas, histórico familiar de varizes, gravidez recente, profissões com muitas horas em pé ou sentado, sobrepeso e antecedentes de trombose, a avaliação vascular criteriosa é indispensável antes de partir para a estética.
Sinais e sintomas que pedem atenção
– Dor ou queimação nas pernas, pior ao final do dia
– Inchaço no tornozelo, meias “marcando”
– Coceira ou sensação de formigamento
– Cãibras noturnas
– Manchas amarronzadas ou pele endurecida (sinais de dano crônico)
Avaliação vascular e mapeamento das veias
O exame clínico direciona o diagnóstico, mas o ultrassom Doppler venoso é o padrão para mapear refluxos e identificar veias nutridoras dos vasinhos. A partir desse “mapa”, o especialista define a estratégia: tratar primeiro o que alimenta, depois o que aparece. É essa lógica que torna o resultado mais duradouro.
Escleroterapia varizes: como funciona e para quem é indicada
A escleroterapia varizes é o conjunto de técnicas que “desligam” veias doentes induzindo o colapso da parede interna (endotélio). Com o agente correto, concentração adequada e punções precisas, essas veias se fibrosam e são reabsorvidas pelo corpo ao longo de semanas.
Em termos simples, o médico injeta uma substância esclerosante (líquida ou em espuma) dentro do vaso-alvo, ou aplica energia (laser, radiofrequência) que danifica o endotélio por calor. Sem fluxo, o vaso some ou fica imperceptível. A chave está em combinar a técnica ao calibre e à profundidade da veia, além de tratar alimentadoras quando necessário.
Mecanismo e personalização do tratamento
– Substâncias osmóticas (como glicose hipertônica): desidratam a célula endotelial, levando ao colapso da veia.
– Agentes detergentes (ex.: polidocanol, tetradecil sulfato): dispersam lipídios da membrana, provocando dano controlado.
– Energia térmica (laser transdérmico, endolaser, radiofrequência): aquece a parede do vaso e sela o trajeto.
A personalização combina calibre do vaso, fototipo de pele, presença de veias nutridoras e histórico do paciente. Essa “sob medida” reduz complicações e aumenta a taxa de resolução.
Segurança, contraindicações e quem deve evitar
A escleroterapia varizes é segura quando realizada por especialista, com técnica estéril e doses corretas. Ainda assim, há situações em que o procedimento pode ser adiado ou contraindicado:
– Gravidez e amamentação (adiar, salvo situações específicas)
– Infecção de pele no local da aplicação
– Doença arterial periférica grave
– Alergia conhecida ao agente esclerosante
– Trombose venosa recente ou trombofilia sem controle
– Imobilização prolongada ou alto risco de TVP sem profilaxia
Opções de tratamento: glicose, espuma, laser e radiofrequência
Cada técnica tem um papel. Em muitos casos, o resultado superior vem da associação: por exemplo, laser transdérmico para vasinhos superficiais, seguido de microinjeções de glicose nas veias nutridoras que os alimentam.
Glicose hipertônica: o clássico de alta segurança
A glicose hipertônica (geralmente 50% a 75%, ajustada pelo especialista) é amplamente utilizada em telangiectasias e veias reticulares finas. Vantagens:
– Baixa taxa de reações sistêmicas
– Boa segurança em fototipos variados
– Pouco custo e ótima disponibilidade
Limitações e cuidados:
– Pode arder no momento da aplicação
– Hiperpigmentação temporária é possível se houver extravasamento
– Exige técnica minuciosa para evitar matting (novos vasinhos finos)
Quando combinada ao laser transdérmico, a glicose lida com nutridoras discretas que o laser não alcança com precisão, elevando a taxa de clareamento.
Espuma densa (polidocanol ou STS): potência para veias maiores
A espuma é produzida misturando o agente com ar em proporções controladas, criando microbolhas que deslocam o sangue e aumentam o contato com o endotélio. É útil para:
– Veias reticulares mais calibrosas e varizes pequenas
– Segmentos com refluxo localizado, guiados por ultrassom
– Pacientes em que se deseja reduzir o número de punções
Vantagens:
– Maior eficácia com volumes menores
– Visualização em tempo real com ultrassom
– Pode tratar trajetos mais longos em uma sessão
Cuidados:
– Requer experiência para evitar migração para veias profundas
– Raros sintomas visuais transitórios podem ocorrer em pessoas suscetíveis
– Compressão e deambulação precoce são essenciais
Laser transdérmico e endolaser: precisão e sinergia
– Laser transdérmico: atinge vasinhos superficiais e finos (telangiectasias), especialmente os vermelhos que às vezes resistem a injeções. Equipamentos com resfriamento cutâneo aumentam conforto e reduzem risco de queimadura.
– Endolaser: indicado para veias maiores e tronculares, como safena, quando há insuficiência confirmada. É um procedimento endovascular, guiado por ultrassom, que fecha a veia por dentro com energia.
Vantagens:
– Excelente alvo para vasos finos e superficiais (transdérmico)
– Retorno rápido às atividades
– Quando bem indicado, reduz a “fonte” do problema e melhora o resultado estético subsequente
Radiofrequência e radioablação: alternativa térmica
A radiofrequência endovenosa utiliza cateter que libera calor concentrado para selar veias doentes, como a safena. Para vasinhos, microeletrodos de radiofrequência transcutânea podem ser usados de forma pontual. É opção com perfil de dor e recuperação semelhantes ao endolaser, variando conforme o dispositivo.
Combinações inteligentes que aumentam a eficácia
A associação correta de técnicas costuma oferecer maior taxa de resolução com menos sessões. A razão é simples: vasos diferentes exigem ferramentas diferentes.
Laser + glicose: por que a sinergia funciona
– O laser transdérmico “apaga” vasinhos superficiais, sobretudo os vermelhos e fininhos.
– A glicose hipertônica complementa tratando veias reticulares nutridoras, impedindo recidiva precoce.
– Resultado: mais clareamento por sessão, menor risco de matting e menor necessidade de retoques.
Protocolos frequentes:
– Sessão 1: laser transdérmico nas telangiectasias + microinjeções de glicose em nutridoras
– Sessão 2 (3 a 6 semanas depois): revisão, pontos residuais com glicose ou espuma leve
– Fotoproteção rigorosa entre sessões para evitar pigmentação
Espuma guiada por ultrassom quando há nutridoras ocultas
Se o Doppler mostra refluxo em veias reticulares mais profundas, a espuma guiada por ultrassom pode ser a melhor aliada. Ao selar a “origem”, as telangiectasias perdem o aporte e somem com menos sessões.
Boas práticas:
– Mapear e marcar o trajeto antes de iniciar
– Usar volumes baixos e concentrações adequadas ao calibre
– Iniciar de distal para proximal, conforme o plano do especialista
O passo a passo do tratamento no consultório
Saber o que esperar diminui a ansiedade e ajuda a cumprir o plano. Abaixo, um roteiro típico de quem vai tratar vasinhos e varizes com laser, espuma e glicose.
Antes da primeira sessão
– Avaliação clínica completa e, se indicado, ultrassom Doppler
– Definição do plano: quais áreas, quais técnicas e a ordem do tratamento
– Orientações prévias: evitar cremes autobronzeadores, suspender anticoagulantes apenas se houver orientação médica, hidratar a pele
O especialista também discute expectativas realistas: escleroterapia varizes trata vasos-alvo; não é “vacina” contra novos vasinhos no futuro. Manutenção pode ser necessária.
Durante as aplicações
– Marcação dos vasos, assepsia e iluminação adequada
– Microagulhas para injeções de glicose ou espuma; ponteiras resfriadas no laser transdérmico
– Sensações típicas: ardor breve, leve calor ou “beliscões” do laser; tolerável para a maioria
Dicas para conforto:
– Compressas frias entre disparos de laser
– Elevação da perna e pausas rápidas se houver desconforto
– Comunicação constante com o médico sobre sensações anormais
Após a sessão: cuidados que fazem diferença
– Meia de compressão (20–30 mmHg) por 3 a 7 dias, conforme orientação
– Caminhar por 20–30 minutos já no mesmo dia; evite ficar parado por longos períodos
– Evitar sol direto e calor intenso (banho muito quente, sauna) por 2 a 4 semanas
– Não massagear intensamente a área tratada nas primeiras 48 horas
– Hidratantes leves e filtro solar nas áreas expostas
O retorno às atividades é, em geral, imediato. Exercícios de baixo impacto costumam ser liberados após 24–48 horas, salvo orientações específicas do seu médico.
Resultados, número de sessões, custos e expectativas realistas
A resolução visual dos vasinhos costuma avançar a cada sessão, com melhora evidente a partir da terceira ou quarta semana, quando os microcoágulos são reabsorvidos. O efeito final se consolida entre 6 e 12 semanas, variando conforme o calibre e a técnica.
Quantas sessões são necessárias?
– Vasinhos finos isolados: 1 a 3 sessões para bom clareamento
– Telangiectasias com nutridoras visíveis: 3 a 5 sessões, combinando laser e glicose
– Veias reticulares/varizes pequenas: 2 a 4 sessões com espuma ou glicose, possivelmente com ultrassom
– Insuficiência de safena: geralmente tratada com endolaser ou radiofrequência, seguida de retoques superficiais
Intervalos comuns ficam entre 3 e 6 semanas para monitorar a resposta e evitar sobretratamento.
O que pode acontecer depois e como lidar
Efeitos frequentes e autolimitados:
– Pequenos hematomas e sensibilidade local
– Linhas escurecidas (hiperpigmentação) ao longo do vaso tratado, que clareiam em semanas a meses
– Microtrombos superficiais visíveis como “fiozinho” duro, que podem ser drenados em consultório se for o caso
Complicações menos comuns (prevenidas com técnica correta):
– Matting (aparecimento de vasinhos muito finos ao redor): costuma responder a ajustes de técnica e retoques
– Inflamação da veia (flebite): compressão, anti-inflamatórios e acompanhamento
– Ulceração por extravasamento: rara com glicose, risco maior com detergentes; prevenção é fundamental
– Reação alérgica ao agente: rara, mas requer suporte imediato
Sinais de alerta que exigem contato com o médico:
– Dor intensa desproporcional
– Inchaço súbito na panturrilha, falta de ar ou dor torácica
– Ferida que não cicatriza ou secreção no local
Custos e benefício
Os custos variam conforme a extensão da área tratada, o número de sessões e a tecnologia empregada (laser transdérmico, espuma guiada por ultrassom, glicose). Um plano que prioriza a fonte do problema costuma ser mais econômico no longo prazo, porque reduz recidivas e a necessidade de retoques frequentes.
Manutenção e prevenção
A escleroterapia varizes resolve os vasos-alvo, mas fatores como genética, hormônios, longas jornadas em pé e ganho de peso podem gerar novos vasinhos com o tempo. Para prolongar os resultados:
– Use compressão em viagens longas e dias de trabalho em pé
– Movimente-se a cada 60–90 minutos se seu trabalho for sedentário
– Invista em musculação de membros inferiores e panturrilha, que melhora a bomba venosa
– Mantenha peso saudável e cuide do intestino (prisão de ventre aumenta a pressão venosa)
– Retorne para revisão anual e retoques mínimos quando necessário
Perguntas frequentes sobre laser, espuma e glicose
Escleroterapia dói?
O desconforto é breve e tolerável para a maioria. O laser pode causar sensação de “beliscão” e as injeções de glicose um leve ardor. Resfriamento e técnicas modernas tornam a experiência bem mais confortável.
Posso tomar sol depois?
Evite sol direto por 2 a 4 semanas na área tratada para reduzir o risco de manchas. Use filtro solar de amplo espectro diariamente se a área ficar exposta.
Volto a trabalhar no mesmo dia?
Na maioria dos casos, sim. Caminhar é recomendado nas primeiras horas. Exercícios mais intensos podem exigir 24–48 horas de pausa, conforme a extensão do procedimento.
Laser substitui as aplicações?
Não necessariamente. Laser e injeções se complementam. O laser transdérmico é excelente para vasinhos superficiais; a glicose ou a espuma tratam nutridoras e veias mais calibrosas, aumentando a durabilidade do resultado.
Espuma é perigosa?
Quando indicada corretamente e aplicada por especialista, a espuma é segura. Eventos indesejáveis são raros e mitigados com técnica guiada por ultrassom, dosagens adequadas e seleção criteriosa do paciente.
Grávidas podem tratar?
O ideal é adiar tratamentos estéticos até após a amamentação. Em situações específicas com sintomas importantes, o especialista avalia riscos e benefícios.
O resultado é definitivo?
As veias tratadas tendem a não reabrir. No entanto, novas veias podem surgir com o tempo. Por isso, manutenção e hábitos saudáveis são parte do plano.
Como escolher a melhor estratégia para o seu caso
Esqueça a ideia de “técnica milagrosa”. O que funciona é a lógica vascular: tratar a causa visível e a alimentar. Em geral:
– Vasinhos muito finos e vermelhos: laser transdérmico, com retoques de glicose pontuais
– Telangiectasias com reticulares nutridoras: glicose + laser para sinergia
– Reticulares calibrosas ou varizes pequenas: espuma guiada por ultrassom ou glicose de maior concentração
– Insuficiência de troncos (p. ex., safena): endolaser ou radiofrequência, seguidos de ajustes superficiais
A escleroterapia varizes é o guarda-chuva que engloba essas escolhas. O profissional capacitado combina métodos para maximizar clareamento, reduzir recidivas e minimizar desconforto.
Dicas práticas para um tratamento sem surpresas
– Leve uma lista de medicamentos e alergias à consulta
– Pergunte sobre o plano completo: número estimado de sessões, ordem de técnicas e metas realistas
– Confirme se haverá ultrassom Doppler quando indicado
– Use meias de compressão conforme prescrito
– Fotoproteja a pele e mantenha hidratação adequada
– Retorne para avaliações: ajustes precoces evitam retrabalho
Pronto para dar o próximo passo?
Laser, espuma e glicose formam um trio vencedor para tratar vasinhos e varizes quando usados com estratégia. Mapear o seu caso, escolher as técnicas certas e seguir os cuidados potencializa resultados e acelera a recuperação. A escleroterapia varizes oferece alto índice de satisfação e segurança quando guiada por um especialista atento aos detalhes.
Se você quer pernas mais leves, bonitas e saudáveis, agende uma avaliação vascular. Em uma consulta, é possível definir o plano ideal para o seu perfil, iniciar escleroterapia varizes com as combinações mais indicadas e já sair com orientações personalizadas. Dê esse passo hoje e veja a diferença nas próximas semanas.
Escleroterapia é um tratamento para varizes que consiste em endurecer e fazer desaparecer as veias. Existem diversas técnicas de escleroterapia, como injeção de substâncias líquidas, laser, espuma, radiofrequência e radioablação. A associação dessas técnicas geralmente proporciona melhores resultados. Cada técnica é indicada para tipos específicos de veias. O tratamento para varizes deve ser realizado antes de se pensar na parte estética. A combinação de laser com escleroterapia a base de glicose tem apresentado bons resultados devido à baixa taxa de complicações e aumento da resolução. Outras técnicas, como espuma, glicose isoladamente, radiofrequência, também são amplamente utilizadas no tratamento de varizes.

