Quando as varizes deixam de ser apenas estéticas
Varizes são comuns, mas não são inofensivas. Embora muita gente associe essas veias dilatadas apenas ao incômodo visual, elas podem sinalizar um desequilíbrio no sistema venoso que evolui para complicações sérias. Úlceras venosas, trombose, inflamação e até sangramentos são riscos reais quando o tratamento é adiado. Entender o varizes risco e agir cedo protege sua saúde, reduz sintomas e melhora o bem-estar no dia a dia.
Se você sente peso nas pernas, inchaço no fim do dia, coceira, dores ou percebe mudanças na cor e na textura da pele, vale ligar o alerta. A boa notícia: com diagnóstico preciso e condutas simples e progressivas, dá para controlar a doença venosa crônica, diminuir a chance de complicações e recuperar qualidade de vida.
Como as varizes se formam
As varizes surgem quando as válvulas dentro das veias das pernas falham em sua função de “portas” unidirecionais. Em vez de levar o sangue de volta ao coração, parte do fluxo reflui e se acumula, aumentando a pressão dentro da veia (hipertensão venosa). Com o tempo, a parede venosa cede, dilata e fica tortuosa.
Esse processo é gradual. No início, aparecem telangiectasias (vasinhos) e sensação de peso. Depois, veias salientes, cansaço, cãibras noturnas, coceira, escurecimento da pele e, em casos avançados, endurecimento do tecido (lipodermatoesclerose) e feridas (úlceras).
Varizes risco: quem deve se preocupar
Alguns fatores aumentam a chance de complicações: histórico familiar de doença venosa, idade acima de 40 anos, gravidez, obesidade, sedentarismo, ficar muitas horas em pé ou sentado, uso de hormônios, tabagismo e viagens longas. Profissões como professores, cabeleireiros, vendedores e profissionais de saúde também sofrem mais.
Se você tem múltiplos fatores, sintomas progressivos ou alterações na pele, procure avaliação vascular. Quanto mais cedo a intervenção, menor o varizes risco e mais simples costuma ser o tratamento.
Complicações que exigem atenção imediata
Nem toda variz complica, mas quando complica, o tempo conta. Há três problemas que pedem avaliação rápida: trombose venosa profunda (TVP), tromboflebite superficial e sangramento (varicorragia). Além disso, a evolução lenta para úlcera venosa impõe grande impacto na qualidade de vida.
Reconhecer sinais de alerta reduz desfechos graves. Preste atenção em dor súbita e inchaço de uma perna, pele muito quente e vermelha, endurecida ao toque, ou sangramento inesperado de uma veia dilatada.
Trombose venosa profunda e embolia pulmonar
A TVP ocorre quando um coágulo se forma nas veias profundas, geralmente da panturrilha ou da coxa. Pode causar dor, inchaço assimétrico, calor e coloração mais escura da perna. O maior perigo é o deslocamento do coágulo para os pulmões, causando embolia pulmonar — quadro potencialmente fatal.
Estudos observacionais sugerem associação entre varizes e risco maior de trombose, especialmente em doença venosa avançada. Se houver suspeita de TVP, procure emergência. Sinais como falta de ar repentina, dor torácica, tontura ou tosse com sangue exigem atendimento imediato.
Tromboflebite superficial: quando se preocupar
É a inflamação de uma veia superficial, frequentemente com um coágulo local. A região fica vermelha, dolorida e pode ser palpável como um “cordão”. Embora seja menos perigosa que a TVP, a tromboflebite pode se estender e alcançar veias profundas, principalmente quando ocorre perto de junções venosas (virilha ou joelho).
Busque avaliação para confirmar a extensão com ultrassom Doppler. Em casos extensos, próximos às junções ou em pessoas com fatores de risco, pode ser indicado anticoagulante por período limitado. Compressão, analgesia e deambulação assistida costumam ajudar nos casos leves.
Úlcera venosa: a ponta do iceberg
Entre as complicações, a úlcera venosa é a que mais compromete a rotina. Ela costuma surgir em estágios avançados de doença venosa crônica, após anos de pressão elevada nas veias sem controle adequado. Frequentemente aparece na região do tornozelo, é dolorosa, recidivante e de cicatrização difícil se a causa não for tratada.
Além da ferida aberta, a pele dá sinais antes: manchas acastanhadas (dermatite ocre), coceira, ressecamento, eczema (dermatite estase) e endurecimento da região. Ignorar esses indícios aumenta o varizes risco de evoluir para úlcera.
Sinais de alerta na pele
Observe as mudanças progressivas:
- Escurecimento da pele no terço inferior da perna
- Coceira persistente, descamação e eczemas de repetição
- Endurecimento e retração da pele (lipodermatoesclerose)
- Áreas brilhantes e muito sensíveis
- Feridinhas que demoram a cicatrizar ou voltam após pouco tempo
Se esses sinais aparecerem, procure o vascular. Eles indicam hipertensão venosa sustentada e exigem atuação para evitar a ferida aberta.
Cuidados iniciais e tratamento especializado
O pilar do cuidado é reduzir a pressão venosa. Isso inclui meias de compressão indicadas por um especialista, caminhada regular, elevação das pernas e controle de peso. Para feridas ativas, curativos apropriados que mantêm ambiente úmido e controle de infecção quando necessário.
Sem tratar a causa — frequentemente o refluxo na veia safena ou em tributárias — a úlcera pode cicatrizar e voltar. Procedimentos como ablação endovenosa (laser ou radiofrequência), escleroterapia com espuma ou fleboextração seletiva podem ser indicados conforme o mapeamento ultrassonográfico. A combinação de medidas acelera a cicatrização e reduz o varizes risco de recidiva.
Sangramento de varizes (varicorragia): o que fazer na hora
Varizes podem sangrar após traumas mínimos, arranhões, água quente no banho ou coceira intensa. A pele afinada sobre a veia dilatada pode se romper e sangrar mais do que se espera, assustando quem presencia.
Embora a maioria dos episódios cesse com medidas simples, o sangramento pode ser significativo em pessoas idosas, com pele frágil, uso de anticoagulantes ou sem assistência rápida. Conhecer o passo a passo de primeiros socorros é essencial.
Primeiros socorros passo a passo
Se acontecer um sangramento:
- Deite-se e eleve a perna acima do nível do coração. A gravidade ajuda a reduzir o fluxo.
- Aplique compressão direta com gaze ou pano limpo, firme e contínua por 10 minutos sem ficar “conferindo”.
- Não use torniquetes. Não aplique substâncias caseiras.
- Após estancar, mantenha uma compressão leve e eleve a perna por algum tempo.
- Procure atendimento para avaliar a necessidade de tratar a veia causadora e prevenir nova ocorrência.
Se o sangramento não parar, se você estiver em anticoagulação, ou se houver tontura, fraqueza ou palidez, busque emergência. Tratar a causa de base reduz o varizes risco de novo sangramento.
Como prevenir novos episódios
A proteção envolve reduzir a pressão venosa e fortalecer a pele:
- Use meias de compressão na graduação recomendada.
- Hidrate a pele diariamente para diminuir fissuras e coceira.
- Evite água muito quente e esfregar a pele sobre varizes proeminentes.
- Proteja a perna com meias ou caneleiras leves em atividades sujeitas a trauma.
- Discuta o tratamento definitivo da veia responsável com seu vascular.
Diagnóstico e tratamento moderno: do consultório ao procedimento
Um plano eficaz começa com diagnóstico preciso. O exame clínico orienta, mas o ultrassom Doppler venoso mapeia refluxos, avalia veias safenas e tributárias, e diferencia trombose superficial da profunda. Esse mapa guia a estratégia, personalizando fases do tratamento.
O objetivo é aliviar sintomas, prevenir complicações e melhorar a estética. Em muitos casos, a combinação de medidas conservadoras e procedimentos minimamente invasivos oferece os melhores resultados, com menor tempo de recuperação e manutenção do ritmo de vida.
Exames que esclarecem o problema
Principais métodos:
- Ultrassom Doppler venoso: padrão para confirmar refluxo, medir diâmetros e localizar pontos de falha valvar.
- Índice tornozelo-braço (ITB): quando há suspeita de doença arterial associada, para orientar uso seguro de compressão.
- Exames laboratoriais: em casos selecionados, para investigar trombofilias, inflamações ou monitorar anticoagulação.
Com esse panorama, o especialista decide se o foco deve ser a veia safena, tributárias específicas ou redes de vasinhos, definindo prioridades e reduzindo o varizes risco ligado a cada padrão de refluxo.
Opções de tratamento: do conservador ao definitivo
As escolhas dependem do estágio clínico, dos sintomas e dos objetivos do paciente:
- Medidas conservadoras: meias de compressão, exercícios de panturrilha (a “bomba” venosa natural), elevação das pernas, perda de peso, cuidados de pele e ajustes no trabalho (pausas para caminhar).
- Escleroterapia: injeção de agente esclerosante líquido ou em espuma em veias selecionadas. Útil para vasinhos e varizes de menor calibre.
- Ablação endovenosa (laser ou radiofrequência): trata refluxo em safenas com punção percutânea. Recuperação rápida e altas taxas de sucesso.
- Cirurgia (flebectomias, safenectomia seletiva): indicada em padrões específicos ou quando outras técnicas não são adequadas.
- Tratamento de tromboflebite/TVP: anti-inflamatórios, compressão e deambulação em quadros leves; anticoagulação quando indicado; sempre com acompanhamento médico.
A escolha é individual. O melhor tratamento é aquele que você consegue manter, que resolve a causa de base e reduz o varizes risco no curto e no longo prazo.
Prevenção inteligente: hábitos que protegem suas pernas
Adotar pequenos hábitos diários muda o curso da doença venosa. O movimento é um poderoso aliado do retorno do sangue ao coração. A compressão externa complementa a ação da panturrilha e reduz o inchaço. Cuidar da pele evita portas de entrada para inflamações e feridas.
Não é sobre perfeição, e sim sobre constância. Um conjunto de atitudes consistentes vale mais do que grandes esforços esporádicos.
Guia prático diário
Incorpore estas ações:
- Caminhe 30 a 40 minutos na maioria dos dias. Substitua elevador por escadas quando possível.
- Faça pausas a cada 60–90 minutos se ficar sentado ou em pé: levante-se, fique na ponta dos pés 20–30 vezes para ativar a panturrilha.
- Eleve as pernas 2–3 vezes ao dia por 10–15 minutos, especialmente no fim do dia.
- Use meias de compressão conforme orientação. Coloque pela manhã, ainda sem edema.
- Controle o peso, reduza sal, evite tabaco e modere o álcool.
- Hidrate a pele das pernas diariamente e trate coceiras para evitar escoriações.
Esses hábitos reduzem sintomas e o varizes risco de piora estrutural, além de potencializarem os resultados de qualquer procedimento.
Viagens, gravidez e trabalho em pé: cuidados extras
Viagens longas aumentam estase venosa. Dicas úteis:
- Hidrate-se, evite álcool em excesso e movimente os pés e tornozelos a cada 30 minutos.
- Levante-se para caminhar no corredor do avião sempre que possível.
- Use meias de compressão em trajetos a partir de 2–3 horas, conforme orientação profissional.
Na gravidez, hormônios e aumento do volume sanguíneo favorecem o aparecimento de varizes. O uso de compressão, caminhadas e acompanhamento com o vascular ajudam a reduzir o desconforto e o varizes risco de complicações.
Para quem trabalha em pé, um banquinho baixo para alternar o apoio dos pés, micropausas de marcha parada (elevações na ponta dos pés) e compressão adequada fazem grande diferença no fim do dia.
Coloque-se no controle: sinais de alerta e próximos passos
Você não precisa esperar a complicação aparecer para agir. Lembre os principais sinais de alerta: dor e inchaço súbitos em uma perna, veia superficial inflamada e dolorosa em cordão, manchas escuras que se espalham, pele endurecida, coceira persistente, feridas que não cicatrizam e sangramento mesmo após pequenos traumas.
Quanto antes a avaliação, mais simples e eficaz tende a ser a solução. Na prática, três decisões mudam o jogo: marcar uma consulta vascular, aderir às medidas de compressão e movimento, e discutir um plano de tratamento que trate a causa do refluxo. Essa combinação diminui sintomas, melhora a estética e reduz o varizes risco de trombose, úlcera e sangramento.
Resumo rápido para levar adiante
- Varizes não são só estéticas: indicam hipertensão venosa crônica.
- Complicações principais: TVP/embolia pulmonar, tromboflebite, úlcera venosa e varicorragia.
- Pele fala antes da ferida: observe manchas, coceira e endurecimento.
- Primeiros socorros no sangramento: elevar, comprimir, buscar avaliação.
- Tratamento moderno é personalizado: combina hábitos, compressão e procedimentos minimamente invasivos.
- Prevenção diária reduz o varizes risco e preserva qualidade de vida.
Agora é com você
Se identificou algum sinal ou já convive com varizes, dê o próximo passo hoje. Agende uma avaliação vascular, faça seu mapeamento por ultrassom e comece um plano que se ajuste à sua rotina. Priorize pequenas ações diárias — suas pernas sentirão a diferença e você reduzirá, de forma concreta, o varizes risco de complicações no futuro.
O doutor Alexandre Amato, cirurgião vascular, discute os perigos das varizes, destacando que a úlcera venosa é o mais grave, surgindo em casos de tratamento negligenciado. Ele também menciona a trombose venosa profunda e a tromboflebite superficial como complicações sérias, com a primeira apresentando risco de embolia pulmonar. Além disso, as varizes podem causar manchas na pele, como dermatite ocre e eczema, que podem evoluir para úlceras. Outro risco é a varicorragia, onde veias dilatadas podem sangrar facilmente. O doutor enfatiza a importância do tratamento precoce para evitar complicações maiores e melhorar a estética. Ele encerra convidando os espectadores a se inscreverem no canal e compartilharem o vídeo.

